Já pensou em ser instrutor de mergulho pelo mundo?

É COMUM VER ESTRANGEIROS TRABALHANDO COMO INSTRUTOR DE MERGULHO PELO MUNDO TODO. NA MINHA VIAGEM CONHECI VÁRIOS QUE FAZIAM ISSO. Era muito comum na Tailândia, na Indonésia, no México, no Egito e por aí vai. Muitos iam percorrendo de um país para o outro fazendo esse tipo de trabalho.

Quando estava na Guatemala conheci um Brasileiro que estava trabalhando com mergulho no México, mas não trocamos contato. E 2 anos após o nosso encontro ele foi na minha palestra em Porto Alegre e então eu o convidei pra compartilhar um pouco dessa experiência com o mergulho que rolou durante sua viagem de 2 anos e 3 meses, passando por 20 países.

Se você é daqueles apaixonado por mergulho e já fez vários cursos porque não explorar essa sua paixão pelo mundo? Não deixe de ver as dicas abaixo do Rodrigo Siqueira, do blog Traveler BR.

Ah, sabe uma coisa que eu adoro nessa história? Na vida não custa nada perguntar. O “NÃO” como resposta a gente já sabe, mas o “SIM” pode ser sempre uma boa surpresa. Quando você quiser uma coisa, pergunte, seja cara de pau, crie a oportunidade… Não fique esperando as coisas acontecerem.

Texto de Rodrigo Siqueira

 

O trabalho com mergulho entrou na minha viagem – e para minha vida – um pouco por acaso, um pouco por conveniência e muito por fascínio!

Para explicar isso, tenho que contar um pouco da minha história: Após ter juntado uma grana (não muita!), largado a estabilidade que tinha e optado por viver um tempo fora do país, fui morar em Vancouver, no Canadá. Passado quase um ano, decidi voltar ao Brasil por terra. Então coloquei a mochila nas costas e, muito empolgado, embarquei nessa jornada. Após percorrer o leste do Canadá (1 mês), os Estados Unidos (4 meses), México (2 meses) e Cuba (20 dias), desembarquei no aeroporto de Cancun. Como não tinha a intenção de ficar naquela cidade resolvi que ia dormir na cidade mais próxima de lá. Assim, peguei um ferry e fui para Isla Mujeres, uma pequena ilha que fica na frente de Cancun. Foi amor à primeira vista! Logo na chegada, ainda à bordo do ferry, já ganhei um presentão: um lindo pôr do sol – se não o mais, um dos mais bonitos que já vi!. Encontrei um hostel legal, descansei e no dia seguinte resolvi mergulhar – eu já era mergulhador certificado Open Water PADI.

O mergulho foi incrível! Muitos peixes, corais, água quente com ótima visibilidade. Saí da imersão maravilhado!! Resolvi, então, perguntar para o instrutor e proprietário da dive shop se ele não precisava de alguém para ajudá-lo com as saídas de mergulho. Para minha surpresa ele respondeu: “Sim, preciso. Só não posso te pagar em dinheiro. Aceita trocar tua ajuda por mergulhos?”. Era o que eu mais queria escutar naquela hora! Respondi que sim e no outro dia já estava no batente. E assim começou a minha história de trabalho com o mergulho. 

O trabalho era bastante prazeroso: cedinho da manhã já estava na dive shop. Ajudava a receber os mergulhadores, carregava os cilindros e equipamentos para o barco, auxiliava na preparação em geral e, quando tudo estava pronto acompanhava o grupo durante a imersão.

Aos poucos fui aprendendo novas técnicas e aprimorando minhas habilidades de mergulho. O proprietário da escola gostou bastante do meu trabalho e, como recompensa, me deu novos cursos de mergulho – advanced e rescue.

Trabalhados 5 meses de forma voluntária, recebi a proposta para me tornar um Divemaster PADI – o primeiro nível profissional do mergulho. Aceitei na hora! Terminei meu curso e então, na mesma escola de mergulho, passei a trabalhar de forma remunerada.

O serviço era praticamente o mesmo de antes – carregar cilindros, preparar equipamentos, auxiliar no barco – com a diferença que, agora, quem guiava os mergulhadores pelos pontos de mergulho era eu.

Sol, mar, caribe, mergulho… Nada mal, hein?! Mas não pense você que tudo são corais, digo, flores. O trabalho, embora muito divertido e recompensador, é bastante árduo. Além de ter que acordar muito cedo, já que as saídas são feitas geralmente pela manhã, os equipamentos e cilindros são pesados, o trabalho à bordo tem suas peculiaridades e, principalmente, a responsabilidade de cuidar de pessoas que confiam em você durante toda a operação de mergulho é grande.

A remuneração era suficiente. Recebia, à época (2012/2013), cerca de US$ 10 por cada mergulhador que eu guiava (em média de 4 mergulhadores por saída). Ganhava, no entanto, muita gorjeta – a qual era repartida com todos que trabalhavam juntos (capitão do barco e ajudantes). Recebia, também, comissão por tudo que eu vendia na loja (produtos e mergulhos). Muitas vezes ganhava mais em comissão do que propriamente com as saídas de mergulho.

E assim passei pouco mais de 1 ano da minha vida. Tempo incrível, muito feliz e de muito aprendizado. Durante esse tempo, conheci gente de todos os cantos do mundo, aprimorei meu inglês, meu espanhol, e até um pouco de francês eu arranhei. No entanto, o maior legado dessa experiência toda foi ter constatado que é possível chegar exatamente onde queremos e que somos capazes de fazer absolutamente tudo o que nos propusermos, basta ter um pouco de coragem, vontade e desapego.

Algumas dicas para quem quer mergulhar (literalmente!) nesse mundo:

 

CERTIFICAÇÃO:

Trabalhar com mergulho é possível em praticamente todos os países do mundo, até mesmo naqueles que não tem mar, acredite! Mas para isso, estar qualificado é essencial!

O primeiro passo é se tornar um profissional de mergulho – Divemaster ou Instrutor, no mínimo. Existem diversas certificadoras no mercado. Acabei optando pela PADI – Professional Association of Diving Instructors, em razão da popularidade, qualidade na metodologia de ensino, além da abrangência internacional. Clique aqui e conheça mais sobre cada curso.

ONDE PROCURAR POR OPORTUNIDADES?

Com a certificação em mãos, basta procurar um bom dive center para trabalhar. Essa busca pode se dar diretamente no local ou pela internet:

 

  • Divers Job: um classificado de vagas relacionadas a mergulho pelo mundo todo.
  • Dive Zone: um site sobre diving e reviews de pontos de mergulho que também tem uma área que divulga ofertas de emprego pelo mundo todo.
  • Dive Job Finder, Dive Jobs WorldWilde e Best Dive Jobs Worldwide: comunidades no FB que divulgam vagas de diving pelo mundo todo.
  • Tão logo você faça parte dos membros da PADI, você terá aceso a uma área exclusiva aos profissionais, em que há um campo de classificados, com diversas oportunidades de emprego ao redor do mundo.

O QUE É MAIS REMUNERADO?

Instrutores de mergulho são melhor remunerados do que Divemasters, em razão do tipo de atividade. Enquanto Divemasters auxiliam o instrutor e guiam mergulhadores já certificados, Instrutores formam mergulhadores.

 

VANTAGENS E DESVANTAGENS

Independente da função, trabalhar com mergulho pode trazer inúmeras vantagens, dentre elas, estar em contato direto com a natureza, interagir com pessoas de diversos cantos do mundo e viajar por lugares espetaculares.

Antes de se jogar de cabeça, no entanto, tenha em mente que o trabalho pode ser cansativo e, em alguns casos, mal remunerados. Fique atento na hora de aceitar uma proposta, principalmente naquelas em que o trabalho será de forma voluntária (para ganho de experiência). Importante avaliar se, de fato, a proposta vale a pena para ambos as partes.

LUGARES INTERESSANTES PARA TRABALHAR

Diversos países são famosos por bons mergulhos. O caribe, em geral, tem inúmeras ilhas em que o mergulho é a principal atividade. Na América Central você tem Costa Rica e Honduras com excelentes pontos de mergulho. A Tailândia é outro lugar em que o mergulho é bastante popular. A Europa possui bons lugares, como as Ilhas Canárias e o Sul da França, no entanto, para trabalhar lá você deve ter passaporte europeu ou visto de trabalho.

QUESTÕES DE VISTO

Muitas escolas exigem que você seja cidadão local ou tenha o visto de trabalho para desempenhar suas funções como mergulhador, principalmente em contratos mais longos. Por outro lado, na maioria dos lugares, o visto é relativizado e não se faz necessário. Se você não possui passaporte americano ou europeu, dê preferência para short terms (contratos curtos), países com menos rigidez legal e lugares em que é possível participar de programas de treinamentos, pois assim executará as atividades do mergulho em troca de experiência.

Agora que você tem todas as informações, basta mergulhar nessa ideia!!
Boas viagens, sempre!

RODRIGO SIQUEIRA

Advogado por formação, instrutor de mergulho por opção. Acredita no turismo simples, sem frescuras. Viaja não só para visitar lugares, mas também para conhecer diferentes culturas, interagir com o povo e experimentar o novo. Não consegue mais não viajar. Saiba mais: site e FB.

Créditos das fotos: Rodrigo Siqueira – Traveler BR

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Carol Fernandes

IDEALIZADORA

Uma virginiana certinha da pá virada, que virou de vez depois de viajar o mundo e decidiu que só ia fazer o bem. Criou a ViraVolta porque acredita que viajar o mundo transforma as pessoas e as pessoas transformam o mundo. Não escreve rebuscado, poético ou certinho, mas fala com a alma e o coração.​

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