A VERDADE É QUE NÃO EXISTEM LIMITES PARA UMA VIAGEM SER CARA OU SER BARATA. TUDO DEPENDE DAS ESCOLHAS DO VIAJANTE. Hoje, você não acredita que é possível viajar o mundo com pouca grana por 1 ano ou mais e por isso acha que nunca vai conseguir realizar essa experiência. Então, eu vou bater nessa tecla 50 mil vezes até provar pra você que o problema não é a grana, e sim o seu medo de encarar o desconhecido.
É possível sim viajar o mundo gastando muito pouco, você só não sabe como fazer isso. E é exatamente isso que te assusta. Então, mais uma vez eu convidei viajantes que provam que é possível viajar o mundo com pouca grana pra compartilhar a história deles e dicas de como eles fazem. Dessa vez, a história é da Renata e Aline, do canal do youtube Mundo sem Muros. Elas saíram do Brasil com apenas 4 mil reais cada uma e daqui a pouco completam um ano de viagem sem nenhuma pretensão de retornar tão cedo pra casa.
Elas entenderam e aprenderam que dá pra viajar o mundo com pouca grana e vão encontrando formas de se virar pelo caminho. Então se você é desses que acha impossível, não deixe de ler esse post.
Texto por Renata & Aline
Até quando seus medos vão roubar seus sonhos? Viajar é caro! Viajar é para privilegiados! Mas e o futuro? Mulheres viajando sozinhas? Que perigo! O que… no Oriente Médio? Meu deus, são loucas!
Isso é o que mais escutamos falar durante nossa trajetória, antes e durante esses 11 meses. Acontece que isso tudo só se torna uma verdade, se você não abrir sua mente. Mas se você pensar em como realizar tudo isso de alguma forma que seja possível para você, tudo muda.
Viajar não é caro! Viajar é possível para qualquer um! O futuro não existe, o que existe é o presente, o agora! Mulheres viajando sozinha será perigoso até quando a sociedade continuar rotulando mulheres como o sexo frágil. Somos Renata e Aline, do projeto Mundo Sem Muros, e estamos na estrada há 9 meses.
A Aline largou 4 anos de emprego estável e a Renata não seguiu carreira de Biomédica. Deixaram suas vidas antigas para trás e juntas deram as mãos em busca de um sonho em comum: explorar o mundo.
Juntamos tudo que tínhamos, vendemos algumas roupas, eletrônicos e pertences que já não usávamos mais. Saímos do Brasil com 4 mil reais cada. Com cerca de 3 meses de planejamento básico, nos atiramos no mundo sem paraquedas, e sem saber onde seria o chão – e se haveria o chão ou um trampolim. Nossa certeza era se nos machucaríamos, pelo menos teríamos aproveitado a queda livre e nos sentido vivas nesse percurso. E assim tá sendo até então.
Poderia seguir essa publicação falando sobre 101 razões para viajar, tentando motivar vocês e dando relatos de como viajar nos engrandeceu, mas ao invés disso, preferimos ajudar vocês a terem essa mesma experiência, mostrando como viajar com pouco dinheiro, através de nossos próprios erros e acertos.
9 DICAS PRA TE AJUDAR A VIAJAR O MUNDO COM POUCA GRANA:
Dica 1 – WorkExchange. Esse é o nosso principal meio de economizar. Através de sites como Workaway, Worldpackers, Helpx, WWOOF, entre outros, você consegue trocar cerca de 4-5 horas de trabalho por acomodação, e dependendo da plataforma, alimentação. Devido ao fato de que no Workaway a maioria dos anfitriões disponibilizam alimentação, acabávamos optando por ele, embora tenha um perfil no Worldpackers também. Já tivemos 6 experiências, todas muito diferentes uma das outras. Contamos um pouquinho de como tudo isso funciona, vantagens e desvantagens, em o nosso relato do primeiro Workaway aqui.
Dica 2 – Transporte. Utilizamos táxi em situações MUITO restritas. Sempre optamos por transporte local e pesquisamos muito antes. Vale mais a pena trem ou ônibus? É tranquilo pegar carona? Esse tipo de coisa… Em Israel, por exemplo, viajamos APENAS com caronas. Foram mais de 20 caronas explorando Israel. No Egito, conseguimos, embora proibido, pegar o trem para locais e não pagamos o preço ABSURDO do trem para turista. Esse tipo de economia faz muita diferença no bolso. Muitas vezes você não encontrará todas as informações na internet, então pergunte! PERGUNTE MUITO. Tente se informar o máximo possível com as pessoas locais. E é claro, caminhe muito. Faça um roteiro com os pontos que você quer conhecer no mapa, baixe o mapa offline da região, coloque um bom tênis, encha mochila de água e lanches (comer na rua é caro, não esqueça!) e só vai. Bom, acomodação, alimentação e transporte: em dois tópicos já conseguimos fazer seus gastos reduzirem para mais de 70% do que para turistas.
Dica 3 – Não tenha muitos planos. Isso ajuda demais, pois às vezes em questão de 2 dias aparece uma passagem mega promocional e você pode ir para outro país de avião. Foi o que nos aconteceu na Turquia, por exemplo. Estávamos no Chipre e encontramos uma passagem na noite de uma quarta feira e na sexta já era o voo, ou seja, tivemos um dia para arrumar tudo e ainda nos locomover (de carona) por mais de 160 km até o aeroporto. Falando em passagens aéreas, a gente sempre fica de olho em várias plataformas, mas a principal é sempre Skyscanner, que faz uma varredura das cias aéreas para gerar o melhor preço. MAS AÍ VEM MAIS UMA DICA: a gente não compra pelo Skyscanner! A gente abre uma página privada (ou apaga todo histórico e “cookies”) e entra direto na companhia aérea. O preço vai ser ainda mais baixo! Já que não vai gerar comissão para o Skyscanner, por exemplo.
Dica 4 – Couchsurfing. Para quem não conhece, Couchsurfing é uma plataforma muito famosa que engloba milhares de pessoas que disponibilizam um sofá, um quarto ou qualquer cantinho da casa para você passar a noite. Ou seja, sem gastos com hospedagem. Fizemos isso em Israel e na Turquia e o resultado foi maravilhoso, não apenas pela economia, mas pelo fato de termos conhecido pessoas incríveis.
Dica 5 – Trabalhe em troca de passeios. Isso já aconteceu conosco em Israel, Jordânia e Egito. Conseguimos fazer o passeios de graça em troca de produção de vídeo e fotos. Se você tem alguma dessas habilidades, ou se é um(a) blogueiro(a) que tenha um engajamento bom com público, não custa nadinha tentar!
Dica 6 – Trabalho online. Em seu tempo extra, produza conteúdo online. Aqui é um pouco mais restrito e não tão fácil, mas também não é impossível. Tem sites, como Workana, que pagam para você, por exemplo, escrever artigos, fazer tratamento de imagens no photoshop, criar logos e por aí vai. Além disso, se você tira boas fotos e tem alguns vídeos legais, porque não vendê-los? A ShutterStock vende suas fotos, vídeos, música e ilustrações. O ganho não é nada elevado, entretanto, você consegue ganhar em quantidade! Aline já tem até então 240 fotos vendidas, o que gerou mais de 100 dólares. Ela contou aqui como iniciar do zero. E para ajudar a gente, se você se cadastrar pelo link que está na descrição a gente também ganha uma comissão por sua foto vendida (isso não diminui em nada a sua venda), ganhamos por conta da indicação. Assim um ajuda o outro e você pode passar a mesma dica para um outro amigo.
Dica 7 – Concursos. Aqui é um pouco mais específico para fotógrafos, pois é a nossa experiência. Você pode encontrar diversos concursos de fotografia internacionais e nacionais, tanto pagos quanto gratuitos. Já temos alguns ganhos. No próprio Workaway tem um concurso mensal de fotos, onde já ganhamos primeiro, segundo e terceiro lugar. Além de gerar um dinheiro extra, isso faz o seu nome ficar mais conhecido.
Dica 8 – Parcerias, apoios e patrocínios. Chegamos no ponto que todos querem chegar. Mas, infelizmente, ainda não temos experiências para compartilhar quanto a isso. Não podemos mentir, porque não é nada fácil conseguir. Mandamos muitos e-mails sem sermos respondidas. Mas não desistimos e não vamos desistir! Por isso fica aqui nosso estímulo para você não desanimar: Faça uma boa apresentação sobre o seu projeto, invista tempo apresentando para a empresa as vantagens que eles teriam com essa troca. Não desista. No início sempre haverão obstáculos, mas só vence quem é persistente.
Dica 9 – Se abra para o mundo. Supere todos seus limites e quebre suas crenças limitantes. Por exemplo, já pedimos dinheiro na rua, o que muitos acabaram por nos criticar. Logo depois, por estímulo de amigos, criamos a vakinha online para quem curte nosso projeto apoiar como conseguir, e ninguém criticou. Engraçado! São as mesmas coisas, mas a diferença é que pedir dinheiro na rua é uma situação que te tira da zona de conforto e é vista como “miserável”. Além disso, já catamos latinha e garrafas em baixo de 40 graus. Situação nada agradável, mas que nos gerou uma grana muito boa quando estávamos apertadas. Outra dica, que ainda não tivemos oportunidade de colocar em prática, mas está na nossa lista: vender brigadeiro na rua. Fácil e prático. Então, ao invés de falar que é impossível viajar com pouco dinheiro, primeiro pense nas alternativas.
Estamos longe de querer criar um cenário perfeito, onde viajar é a coisa mais maravilhosa da vida. Estamos aqui pra mostrar a verdade nua e crua. Viajar com pouco dinheiro não é fácil, é muito perrengue, é muita energia psicológica e física. Mas ao mesmo tempo, tivemos experiências inimagináveis, enfrentamos nossos maiores medos, conhecemos pessoas incríveis, escutamos histórias inspiradoras, vimos lugares de tirar o fôlego, vivemos com pessoas de diferentes níveis sociais. Aprendemos novas habilidades – que nem sabíamos que tínhamos – novas línguas, novas culturas, novas perspectivas sobre a vida. Nos ajudaram! Seja um ticket de graça para entrar num museu, um chá, uma conversa legal, um sorvete durante uma carona, um jantar, uma moedinha ou uma nota bem alta. O mundo nos acolheu. Sentimos energias jamais sentidas, quebramos várias crenças limitantes, nos aventuramos, choramos de felicidade. O mundo sempre vai ser a melhor escola da vida. .
E é por tudo isso que o intuito do nosso projeto não é o de apenas ajudar as pessoas a viajarem, compartilhando dicas e tirando dúvidas, mas também queremos mostrar o mundo através dos nossos olhos, como o vemos e, principalmente, como sentimos todas essas experiências. Nossos vídeos no youtube são vídeos cinemáticos e mostram muito além dos pontos turísticos. Deixo aqui um vídeo pra você conhecer nosso trabalho de encantar as pessoas pelo nosso olhar:
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Talvez o que você esteja precisando é sair da sua zona de conforto e viver experiências que você nunca viveu antes.Vai que dá! Até mesmo com pouca grana.Créditos das fotos: Renata e Aline
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Carol Fernandes
IDEALIZADORA
Uma virginiana certinha da pá virada, que virou de vez depois de viajar o mundo e decidiu que só ia fazer o bem. Criou a ViraVolta porque acredita que viajar o mundo transforma as pessoas e as pessoas transformam o mundo. Não escreve rebuscado, poético ou certinho, mas fala com a alma e o coração.