Como trabalhar em hostels e hotéis em troca de hospedagem e alimentação?


E SE VOCÊ PUDESSE VIAJAR GASTANDO QUASE NADA? ACHA IMPOSSÍVEL? ENTÃO CONHEÇA A OPÇÃO DE TRABALHAR EM TROCA DE HOSPEDAGEM E ALIMENTAÇÃO E APRENDA SOBRE UMA NOVA FORMA DE VIAJAR.
Durante a nossa viagem de 2 anos pelo mundo nós conhecemos muitos viajantes se aventurando pelo mundo dessa forma e ficávamos impressionados como essa opção deixava a viagem mais barata. 

O fato é que a economia colaborativa está bombando pelo mundo todo e é claro que isso influencia também o turismo, possibilitando cada vez mais que o dinheiro não seja um empecilho para as pessoas viajarem o mundo. E pra quem tem o sonho de viajar por longo prazo, essa receita é perfeita.

Para ajudar nessa questão, contactei a publicitária Andira, do blog Sexo Viagens e Rock’n’Roll. Ela decidiu viajar o mundo porque descobriu que isso a fazia feliz e já fazem 13 meses que ela se jogou na estrada, visitando 13 países até então. Nesse período ela já viveu essa experiência de trabalho em troca de hospedagem e alimentação por 7 vezes. Ninguém melhor que ela compartilhar um pouco sobre as suas vivências e passar dicas pra quem gostaria de fazer o mesmo.

Texto de Andira Medeiros

 

COMO TUDO COMEÇOU?

 

Às vezes, uma única escolha vira sua vida ao avesso e você descobre que esse é o seu lado favorito. Tudo começou quando eu decidi vender todas as minhas coisas (carro, casa, roupas, móveis, etc) para viajar o mundo. Terminei um relacionamento longo e pedi demissão do meu emprego que consumia mais de 12 horas do meu dia. Decidi ir viver a vida enquanto é tempo! Fui sozinha para o Reino Unido em Junho de 2014. Envolvi-me no projeto do Worldpackers e, além de ser uma voluntária em um hostel em Londres, também auxiliava a própria start-up com consultoria em social media. Em Londres, fiquei cerca de 2 meses. Depois viajei para o Marrocos e lá vivi por 3 meses em 10 cidades diferentes. Em seguida, fui para a Espanha, Portugal, Itália e a partir daí foram mais 10 países na lista. 

Já faz 1 ano que estou viajando o mundo e já tive 7 experiências de voluntariado em troca de acomodação em hostels, hotéis e guest houses, o que me possibilitou gastar menos e conhecer muitas pessoas interessantes pelo caminho. Em geral, eu faço treinamento e consultoria em conjunto com a equipe do hostel para que eles possam melhorar o posicionamento estratégico em social media e também desenvolvo a criação de layouts/logotipos como graphic designer, além de projetos especiais como eventos e workshops. Cada hostel tem suas prioridades e faço um planejamento voltado para as necessidades de cada um. Geralmente negocio 4 horas de trabalho diário + alimentação, com finais de semana livres. Logo, tenho tempo para conhecer a cidade, visitar pontos turísticos e tocar meus projetos pessoais, como o blog Sexo, Viagens e Rock’n’Roll.

É praticamente impossível não se apegar às pessoas que você conhece e trabalha diariamente. A troca de conhecimentos é fundamental, assim como o interesse mútuo e genuíno pela cultura e costumes de cada país. Aprendemos a respeitar as diferenças e a enxergar semelhanças. E, quando o idioma não ajuda e o tradutor falha, as risadas e as mímicas prevalecem. Hostels são ambientes dinâmicos, sociais e acolhedores. Jamais nos sentimos sozinhos e, se você precisa de qualquer tipo de ajuda, alguém sempre vai estender a mão. Além de ser uma excelente forma de poupar dinheiro para continuar viajando, trabalhar em hostels abre um leque de possibilidades infinitas e você vai adquirir novas experiências e habilidades que poderão ser usadas em sua jornada pelo mundo afora e no seu perfil profissional.

COMO VOCÊ PODE COMEÇAR?

 

Algumas pessoas saem batendo perna e visitando hostels para procurar trabalho ou enviam e-mails e mais e-mails perguntando sobre vagas. Outras preferem plataformas que auxiliam o contato e garantem a segurança do acordo entre o voluntário e o dono do hostel.

Ferramentas que eu uso para buscar oportunidades:

Fique atento aos seguintes pontos na hora de buscar uma oportunidade:

  • Perfil de cada hostel/hospdagem
  • Exigências para a vaga: duração mínima, carga horária, dias de folga e tarefas
  • Fique atento se a vaga condiz com as suas habilidades. Não adianta aplicar para uma vaga de recepcionista se você não sabe realizar o trabalho, não sabe o idioma ou é introspectivo.
  • Reviews de outros voluntariados sobre à experiência deles com a hospedagem

O passo a passo para começar:

1) Crie seu perfil.
2) Coloque sua descrição, habilidades e dados de forma bem completa (talvez exista cobrança pelo serviço, mas veja isso como um investimento).
3) Procure hostels e hospedagens nos países que deseja.
4) Examine minuciosamente as vagas, o período e os reviews.
5) Envie uma mensagem tirando dúvidas, acertando quanto tempo de voluntariado, carga horária e as tarefas.
6) Pronto! Basta aguardar um retorno e confirmar.

Exemplo de uma busca pelo site Worldpackers em Buenos Aires para pessoas que têm habilidades como fotógrafos e video makers.

Todo esse processo leva cerca de 15 dias, dependendo da rapidez das respostas do hostel e das suas. Não saia comprando passagens aéreas sem fechar o acordo com toda certeza nos mínimos detalhes, certificando-se da data, pois algumas vezes, eles só terão vagas daqui a alguns meses.

A DICA MAIS IMPORTANTE

 

Você precisa se responsabilizar a ficar mais de duas semanas (cada hostel estipula um período mínimo), visto que existe todo o treinamento inicial, o período de experiência e o compromisso com as tarefas. Portanto não use os serviços só para o seu interesse pessoal, ignorando a troca de confiança. Lembre-se de que, a partir do momento que você decide trabalhar em um hostel, você está se comprometendo a cumprir com tudo o que foi acordado. Provavelmente você terá uma cama para dormir em um quarto compartilhado com outras pessoas, usará o banheiro e a cozinha também compartilhados. Por isso, seja sempre paciente, tolerante, educado e gentil.

Todavia, se o próprio hostel não cumprir com o acordo, você deve conversar com quem você fez as negociações, enviar e-mail para a plataforma auxiliadora e, se tudo não se resolver, tenha sempre um Plano B. Use Couchsurfing, fique na casa de amigos ou procure um local para ficar. Não se esqueça de deixar um review contando como foi a sua experiência com aquele hostel, tanto positiva quanto negativa. Isso ajuda outros viajantes.

AS VANTAGENS E DESVANTAGENS

 

Pontos positivos – imersão na cultura local e também contato direto com diferentes tipos de viajantes do mundo inteiro. Você irá aprender de tudo um pouco e poder· fazer parte de uma comunidade muito unida. Com certeza você fará amigos para próximas viagens!

Pontos negativos – às vezes, sua vida girará em torno do hostel, pois este será o local em que você irá dormir, comer, conversar, trabalhar, festejar, e você não terá muita privacidade. É importante usar seu tempo livre para se afastar um pouco da rotina e visitar a cidade.

Se você for uma pessoa aberta a novas experiências e possui sede de conhecimento, trabalhar em hostels é um ótimo início de viagem, uma vez que você fará novos amigos e com certeza poderá planejar novos destinos com os mesmos. Eu dei a sorte de conhecer um americano e pegar carona pelos países dos Balcãs! Se você estiver com medo de como o local é ou se as fotos podem enganar, use o Google, o TripAdvisor, o Facebook, pesquise e compare, pergunte para quem já foi e não perca seu tempo no “achismo”.

O mundo é todo seu para ser descoberto e, com o advento da internet, nunca foi tão fácil viajar, se conectar com outros viajantes e realizar seus sonhos.

ANDIRA MEDEIROS

Gosta de quem gosta de poesia vogon, de caixeiros viajantes, de reservoir dogs e de pistoleiros de Gilead. Tudo o que a faz feliz cabe em sua mochila, em seu coração e nos textos do Sexo, Viagens e Rock'n'Roll. Conheça mais: Olhar de viajante: Sexo Viagens e Rock'n'Roll e facebook.

Créditos das fotos: Andira Medeiros

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Carol Fernandes

IDEALIZADORA

Uma virginiana certinha da pá virada, que virou de vez depois de viajar o mundo e decidiu que só ia fazer o bem. Criou a ViraVolta porque acredita que viajar o mundo transforma as pessoas e as pessoas transformam o mundo. Não escreve rebuscado, poético ou certinho, mas fala com a alma e o coração.​

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