5 euros por dia na Europa

EU TENHO CERTEZA QUE MUITA GENTE NEM CONSEGUE SE IMAGINAR VIAJANDO BARATO. E POR ISSO SIMPLESMENTE DEIXAM DE VIAJAR Eu me lembro bem de quando a Lilian veio fazer a consultoria personalizada comigo, de todas as dúvidas e receios que ela tinha visto que ela tinha um orçamento muito apertado. Mas eu sempre acredito que as pessoas são capazes de fazer muito mais do que imaginam. E coma Lilian não foi diferente. Mas eu deixo ela mesmo contar essa história.

Texto por Lilian Campos

Viajar para mim era algo inimaginável, coisa que só gente com muito dinheiro sobrando na conta podia fazer. E foi assim que nunca, nem ao menos em sonho, havia me dado a oportunidade de viajar. Eu havia criado um muro invisível entre mim e o mundo. Minha visão sobre ser um viajante era muito estreita, o que alimentei com milhares de bloqueios, mas principalmente, com questões financeiras.

Sustentar um modelo de vida padrão – construir uma carreira trabalhando 5 dias na semana por 8 horas cada dia, chegar cansada em casa e sentir orgulho pelo poder de pagar as contas no final do mês – me parecia o plano perfeito.

O trabalho me pagava bem, mas todos os dias eu me sentava à mesa e reclamava das mesmas coisas que eu costumava reclamar dos empregos anteriores, foi me dando conta disso que comecei a questionar: O que é felicidade?

A resposta logo veio com a ideia de que eu precisava conhecer outras realidades e culturas diferentes para ampliar essa minha visão, até então, limitada sobre a vida. Foi nesse momento que tomei coragem, fiz as malas e entrei na maior aventura da minha vida.

Meu orçamento inicial estava em torno de 30 mil reais que foram utilizados para locomoção, lazer, deslocamento, dentre outras necessidades que foram surgindo no caminho. O desafio era gastar pouco e aproveitar muito.

Meu roteiro iniciou pelos países vizinhos: Colômbia, Equador, Peru, Bolívia e Chile. No início tive dificuldades para controlar alguns gastos, pois ainda estava aprendendo como era esse modelo de viajar mais barato. Mas não tive problemas em adaptar o roteiro ao meu orçamento porque quando você entende como funciona esse estilo de viagem, economizar entra no automático e indolor.

Eu não gastava muito, mas preservava confortos desnecessários. Fui à maior parte dos pontos turísticos e curti ao máximo. Passei a perceber que eu poderia deixar a viagem ainda mais barata e mais interessante, então fiz as contas e com um custo menor eu poderia ficar 3 meses na Europa.

A grande recompensa foi ficar mais 4 meses viajando quando me dei conta que consegui em 100 dias ter a média menor de 5 euros por dia. E para equilibrar o custo escolhi seguir por países mais baratos da região dos Bálcãs.

Ao fim da viagem pela Europa eu havia feito uma média de 6 euros por dia dentro de 10 meses. Na média geral foi 15 dólares por dia sendo gastos 16 mil reais do orçamento inicial.

Dicas para viajar barato:

  • Primeiro de tudo, para fazer algo assim você deve estar aberto a novas propostas que te colocarão em situações que no roteiro turístico, dificilmente aconteceriam;
  • Tentar ao máximo viver como os locais, para isso é importante ter noção sobre a economia do país que você está indo, mas você já fez isso antes de definir o seu roteiro, então agora, para entender o custo de vida você poderá pesquisar sobre o salário mínimo ou informações que te dê uma noção de como se vive na região visitada, isso te dá maior dimensão de quanto às coisas podem custar;
  • Se locomover com muita frequência e fazendo trajetos muito longos encarecem a viagem. Cortar alguns destinos pode ser necessário, mas não é permanente, com o tempo você poderá encaixar novos destinos e mudar os planos conforme aprende a viajar de forma econômica sem deixar de curtir a experiência.
  • O supermercado é o melhor amigo do mochileiro. É no mercado que você terá noção do custo da alimentação e basicamente a maior parte do tempo você cozinhará, então nada melhor que o mercado para ser seu fornecer. Você também encontrará coisas típicas por lá!
  • Use sempre o ônibus, trem, metrô e evite transportes privados, que sempre serão mais caros e te privarão de saber como as pessoas daquele país vivem;
  • Utilize meios alternativos de hospedagem, como Couchsurfing ou voluntariado entre alguns outros. Além de estar mais próximo da cultura local, você vai economizar um bom dinheiro;
  • Viajar barato é comparar o preço de tudo o tempo todo, ou seja, não tenha preguiça de andar e perguntar o preço de uma mesma coisa em dez diferentes lojas, numa dessas você pode até conseguir barganhar;
  • Fale, abra a boca e pergunte. Nessas horas a vergonha tem que ir embora, é assim que você vai achar os melhores lugares para comer e visitar;
  • Viajar lentamente fará com que você tenha mais tempo para dividir os custos de transporte, ou seja, calcular o tempo de estadia com base nos custos de locomoção e alimentação dilui o custo da viagem e te proporciona mais tempo para conhecer a região. E é por isso que viagens em que se movimente com frequência e de longas distâncias podem encarecer a sua viagem;
  • Não dispense checar empresas aéreas, aplicativos, sites ou mesmo ir direto às rodoviárias se possível. Checar o preço das passagens de todos os meios de transportes dentro da cidade, depois dentro do país e meios de ligar ao seu próximo país. Dê preferência ao uso de ônibus ou metrô para circular dentro da cidade, mas sempre tenha noção da distância de onde você estar com relação aos pontos de visita. Esqueça Uber, taxi e transportes privados. Um ponto de atenção para viagens de ônibus pela Flixbus, é que o mesmo trecho pesquisado pelo navegador pode custar menos pelo aplicativo de celular, além do preço não ser fixo, neste caso procure comprar com certa antecedência;
  • Dias comuns e normais são as férias das férias que equilibrarão as contas, além de um belo descanso. São momentos assim que muitas vezes a gente se abre ao luxo de passar alguns dias num lugar mais confortável e privado. Os voluntariados contribuíram para descansar minha mente e o corpo, ter rotina também me ajudou a recompor as energias. Por algumas vezes pude ficar mais tempo em casa de anfitriões para tratar de alguns assuntos ou apenas ter mais tempo para apenas relaxar;
  • Um adendo é que você terá oportunidade de aprender um novo idioma ou treinar algum outro que você já tenha conhecimento;
  • Eu me coloquei uma meta para gastos diários, que incluíam as passagens de ônibus, voos, alimentação e diversão também, para mim a meta foi de cinco euros por dia, por exemplo, nunca me coloquei em nenhum tipo de risco ou aceitei hospedagem de quem não me inspirasse confiança;
  • Esteja aberto para interagir com as pessoas, são elas que te proporcionarão grandes memórias e te possibilitarão melhores experiências. Não se preocupe você vai conhecer as atrações turísticas e comer a comida mais típica que quiser ir a restaurantes, festas e pontos turísticos de interesse e o mais importante, ter experiências que vão mudar a sua vida.
Essa experiência é um caminho sem volta e uma vez nele o seu modo de viajar vai mudar totalmente.

LILIAN CAMPOS​

Designer gráfico por profissão, ilustradora por amor e mochileiro pelo puro prazer de viver a vida. Mãe solteira de um gato lindo. Conheça mais: Instagram.

Só posso dizer uma coisa… Enquanto não tentarmos nunca saberemos do que somos capazes. Eu, prefiro tentar! Vai que dá!

Créditos foto: Lilian Campos

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Carol Fernandes

IDEALIZADORA

Uma virginiana certinha da pá virada, que virou de vez depois de viajar o mundo e decidiu que só ia fazer o bem. Criou a ViraVolta porque acredita que viajar o mundo transforma as pessoas e as pessoas transformam o mundo. Não escreve rebuscado, poético ou certinho, mas fala com a alma e o coração.​

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