Como a viagem pode contribuir para a mudança de profissão

A VIDA NÃO É SOBRE METAS, CONQUISTAS E LINHAS DE CHEGADA. É SOBRE QUEM VOCÊ SE TORNOU NESSA CAMINHADA. Já parou para pensar em como seria mais leve nossas vidas se fizermos nossas escolhas baseadas nas direções que o nosso coração nos presenteia ao invés de seguirmos os padrões pre-definidos pela sociedade?

Somos moldados para ter o melhor currículo, alcançar sucesso profissional, altos salários e status com a ilusão de que isso tudo nos trará felicidade. Pode ser que sim. Mas pode ser também que após conquistar tudo isso você sinta um vazio, uma falta de propósito. Viajar o mundo é ótima opção pra abrir nossa mente, nos ensinar a seguir o coração e nos mostrar novos caminhos de vida.

E foi assim que a Gizelle e o Roberto, que não estavam satisfeitos com a vida padrão que levavam, fizeram para descobrir suas verdadeiras paixões. Por dois anos eles viajaram por 23 países pela Ásia e Europa, sendo que sete meses foram somente na Índia. O orçamento era de 25 dólares/dia cada um, mais o custo dos cursos que eles fizeram. E Nos últimos seis meses de viagem a Gizelle estava grávida. A viagem foi a forma que eles encontraram para iniciar uma transição de vida e começar uma nova com mais significado e liberdade.

Texto por Gizelle Oliveira

 

Seguimos o roteiro de vida que nos foi ensinado: estudamos, nos formamos, buscamos um bom emprego, iniciamos a construção de um patrimônio e tivemos nossas conquistas. Tudo parece ir bem, até que nos damos conta de que isso não era exatamente o que considerávamos sucesso ou felicidade. Trabalhávamos muito, aproveitávamos pouco e não víamos sentido no que fazíamos. Afinal, para que todo esse investimento de vida? Para comprar um apartamento maior ou um carro mais luxuoso?

Ao mesmo tempo vivíamos em um país onde os problemas não estão apenas no noticiário – olhávamos para eles todos os dias. Desigualdade, materialismo, destruição da natureza e muitos outros. Era duro ir para o escritório e realizar tarefas que não mudavam essa realidade – pelo contrário, como atuantes das áreas de Tecnologia e Publicidade nós apenas contribuíamos para manter esse sistema insustentável.

Foi quando sentimos que precisávamos de uma pausa para repensar, reorganizar e iniciar uma mudança de vida. Mas o medo vem e nos segura, parece que outra vida não é possível: ficaríamos sem emprego, sem dinheiro e perderíamos tudo o que foi conquistado até agora.

Partimos então para uma transição light: trocar de emprego, reduzir custos, começar um trabalho social. Logo, percebemos que não seria possível, pois apenas um de nós conseguiu reduzir a jornada de trabalho, não havia tempo para atividades paralelas e diminuir custos já enxutos morando em uma cidade como São Paulo é tarefa quase impossível. Ficou claro que este plano não daria certo.

Em seguida surgiu a ideia de fazer uma viagem, mas a questão de visto era complicada, não tinha sentido largar tudo para viajar apenas 3 ou 6 meses e ficar na incerteza da renovação. Foi quando encontramos informações sobre viagens de longo prazo – como funcionava e os custos – e entendemos que esse poderia ser nosso ponto de partida para uma reavaliação dos objetivos de vida.

Depois de seis meses, tínhamos vendido o carro, alugado o apartamento, doado muitas coisas e estávamos embarcando para Europa cheios de inspiração, pois como diz Amyr Klink “um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser”. A partir daí transformamos a viagem em um imenso laboratório de experiências para nos reconectarmos com nossa essência, com nossa real vocação. Afinal, como aprendemos no caminho, em um discurso da Vandana Shiva na Índia “temos que buscar um trabalho e não um emprego. O emprego é algo que te dão para fazer e o trabalho é algo que você escolhe fazer”.

Um pouco de planejamento e siga seu coração

 

Para tomar uma decisão acertada, precisávamos olhar para dentro, buscar conhecimento e ter uma experiência real. Assim descobriríamos aquilo que seria nossa paixão, que teria um sentido de missão para nós. E essa foi a forma que encontramos para alcançar nosso objetivo:

  • Refletir e conversar muito: seja com seu parceiro de viagem ou com as pessoas maravilhosas que vão cruzar no caminho. Encontramos quem estava fazendo a mesma coisa e quem já tinha feito, e foi enriquecedor trocar ideias.
  • Elencar interesses, pesquisar e ler: enquanto viajávamos éramos donos do nosso tempo e conseguimos nos aprofundar em diversas áreas de conhecimento. Usamos internet e bibliotecas particulares ou públicas.
  • Visitar projetos da sua área de interesse: o mundo é uma universidade viva e você encontrará de tudo um pouco. Alguns são livres para visitação. Já em outros, com uma boa carta de apresentação, especialistas podem topar bater um papo com você e até dar dicas de locais em que é possível ir. Foi assim com alguns projetos em Amsterdã que queríamos visitar. Atente-se em combinar com antecedência.
  • Explorar o potencial e conhecimento de cada país: por exemplo, a Suécia e a Holanda são avançadas em sustentabilidade; a Índia, em Yoga e Ayurveda; a Tailândia, massagem; e assim por diante.
  • Workshops, eventos e palestras gratuitas: encontramos em vários países palestras gratuitas em instituições, museus, comunidades etc. Vale sempre a pena checar se tem algo interessante.
  • Voluntariado ou work exchange: foi decisivo em nossas escolhas, pois nos permitiu obter conhecimento real na área que buscávamos. Há oportunidades de todo tipo: professor de línguas, fotógrafo, agricultor etc. Uma chance única de ser “contratado” sem experiência e estar com profissionais muito dispostos a compartilhar informações. Usamos sites como o workaway e wwoof, além de buscas na internet e Facebook. É bom checar os comentários sobre o local, tirar suas dúvidas com o contratante e pegar indicações de outros viajantes. Trabalhamos em organizações de meio ambiente, fazendas orgânicas, retiros, entre outros.
  • Fazer cursos de formação: ajudam a ter um conhecimento mais profundo e um diploma profissional para iniciar a nova carreira. Fizemos certificações em Yoga na Índia, massagem e permacultura na Tailândia.Depois de toda essa vivência foi possível tomar uma decisão e investir na mudança. Seguindo esses passos, tornei-me professora de Yoga com formação realizada na Índia e fiz o PDC (Permaculture Design Course) na Tailândia. Já o Roberto formou-se massagista também na Tailândia.

Pretendemos atuar nessas áreas e agora no Brasil, queremos comprar um terreno para iniciar nosso projeto de permacultura.

Durante nossos dois anos de viagem fizemos um mergulho por diversas experiências no qual foi preciso esquecer a nossa programação anterior e estar aberto para experimentar. Isso requer certa coragem, pois talvez o que te faça feliz não é a profissão da moda, ou um cargo de status, mas talvez a simplicidade de um trabalho no interior. Você pode chocar as pessoas trocando uma vida já organizada e em progresso para viver a incerteza de uma mudança, mas vale a pena buscar algo que te realiza. O nosso sentimento é que, quando um desejo genuíno e positivo opera, tudo conspira a favor. Chegamos lá, em um destino que não eram apenas países diferentes, mas novos caminhos para a vida. 

GIZELLE & ROBERTO DE OLIVEIRA

Casal que resolveu mudar de vida e usou a viagem como um meio de transformação e recomeço. Viajamos sem planejamento e devagar, vivendo um pouco em cada local. Conheça mais: Gizelle e Roberto

Se você está nesse exato momento de vida, onde o que você não sente mais sentido no que faz, onde falta propósito e única sensação que você tem é de aprisionamento, por não achar que você não tem mais nenhuma habilidade na vida e que você só sabe fazer o que fez até hoje… Viajar o mundo pode te ajudar a redescobrir o mundo e você mesmo.

Créditos das fotos: Gizelle e Roberto de Oliveira

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Carol Fernandes

IDEALIZADORA

Uma virginiana certinha da pá virada, que virou de vez depois de viajar o mundo e decidiu que só ia fazer o bem. Criou a ViraVolta porque acredita que viajar o mundo transforma as pessoas e as pessoas transformam o mundo. Não escreve rebuscado, poético ou certinho, mas fala com a alma e o coração.​

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