PRA QUEM NUNCA TENTOU FAZER UMA PASSAGEM DE VOLTA AO MUNDO PODE PARECER UM BICHO DE SETE CABEÇAS. Mas não é tão complicado assim e pode ser divertido. Nesse post vamos te ensinar como montar um roteiro de passagem volta ao mundo, além de passar dicas essenciais.
SIMULADORES
A primeira coisa que você precisa saber é que para fazer um roteiro de passagem volta ao mundo você precisa usar os simuladores das alianças aéreas que oferecem o serviço. Já falamos sobre isso na categoria passagem volta ao mundo, mas abaixo coloco novamente os 3 links. Lá na categoria você pode conhecer mais sobre as regras dessa passagem, que é um ponto importante.
DESENHANDO O ROTEIRO
Para saber como montar um roteiro de passagem volta ao mundo no simulador veja o vídeo abaixo, pois é a forma mais prática para aprender. Fiz uma simulação real usando o simulador da One World para te explicar:
DICAS ESSENCIAIS
1- Escolha bem o seu primeiro voo: a empresa que realizará o seu primeiro voo vai ser a responsável pela emissão do seu bilhete e pelas alterações nele. Por isso escolha uma empresa que está bem representada no mundo para facilitar sua vida durante a viagem.
2- Tente usar HUBs populares: se você fizer um roteiro muito alternativo, passando por lugares isolados e ilhas no meio do nada sua passagem tende a ficar mais cara e a usar muitas conexões. Tente incluir HUBs populares, que são aeroportos de alto fluxo e muitas opções de voos para a maioria das empresas aéreas em cerca de 50% do roteiro pelo menos.
Alguns HUBs importantes no mundo: Nova York, Los Angeles, Auckland, Sidney, Tokyo, Pequim, Bangkok, Kuala Lumpur, Singapura, Delhi, Istambul, Londres, Paris. Alguns podem variar conforme a aliança aérea usada, mas pelo simulador é possível perceber quais estão sempre aparecendo com voos diretos de muitos lugares do mundo.
3- Não tente incluir todos os países do seu roteiro na passagem de volta ao mundo: se você tentar fazer isso vai ser quase impossível fechar a passagem. O objetivo principal da passagem de volta ao mundo é de fazer os grandes deslocamentos entre regiões distantes, que provavelmente teriam voos com custo alto se você comprasse individualmente. Não vale a pena usar para países próximos, pois você sempre pode explorar a região por terra ou usar voos low cost se preciso.
No nosso roteiro fizemos isso várias vezes. Visitamos 29 países e tínhamos apenas 12 países no roteiro da passagem volta ao mundo:
Na Europa – quando chegamos em Madrid aproveitamos para visitar a família do Alexis na França (2 países em 1 parada).
Na Ásia – quando chegamos na Indonésia visitamos todo o sudeste Asiático e o Sul da Ásia (10 países em 1 parada) e quando chegamos em Hong Kong aproveitamos para visitar a China (2 países em 1 parada).
No Oriente Médio – quando chegamos na Jordânia aproveitamos para visitar o Israel e o Egito (3 países em 1 parada).
Na África – quando chegamos na África do Sul aproveitamos para explorar mais 5 países na região (6 países em 1 parada).
4- Use o “surface sector”: usar o “surface sector” é uma boa pedida, pois muitas vezes você não quer pegar o seu próximo voo do último ponto que você chegou e fazer o trajeto por terra pode valer a pena. Sim, ele vai contar como um trecho voado, mas e daí, ele pode ajudar a otimizar seu roteiro. No nosso roteiro nós fizemos dois “surface sectors”, como nos exemplos mostrados abaixo.
Surface sector 1: Chegamos de um voo em Bali, visitamos todo o Sudeste Asiático, Sri Lanka, Índia e Nepal, por terra e com voos low cost, e depois pegamos o próximo voo de Kathmandu. Foi perfeito.
Surface sector 2: Chegamos de um voo em Johannesburgo, visitamos a África do Sul, Namíbia, Botswana, Zâmbia, Malawi e Tanzânia por terra e depois pegamos o nosso próximo voo de Dar Es Salaam. Mais uma vez foi perfeito.
Como decidir quando usar o surface sector?
Em regiões onde existem muitos países próximos que você gostaria de visitar e poderia fazer o deslocamento de outras formas: por terra, mar e voos low cost. Nesses casos não vale a pena você voltar ao primeiro ponto para pegar o próximo voo da passagem de volta ao mundo e é melhor embarcar em um outro país.
5- Use a conexão se preciso: é claro que você devia priorizar sempre os voos diretos, pois cada vez que você escolhe um voo com conexão ele come 2 trechos dos 16 que você tem direito. Mas se para encaixar bem o seu roteiro vai ser preciso fazer conexão, qual o problema? Nós usamos 2 conexões no nosso roteiro, mas valeu a pena. Nosso roteiro tinha 13 trechos, mas com as duas conexões acabou indo para 15 trechos.
Atenção!
Se por acaso a escala de uma conexão passar por um país que vai se repetir no seu roteiro não tem problema. A escala não interfere nas regras da passagem, pois é a única opção de voo que a aliança pode oferecer. Nós por exemplo, passamos por Hong Kong 3 vezes, uma vez definido no roteiro por nós e outras duas vezes em escalas, pois eram as únicas opções de voos que existiam.
6- É possível sim fazer vai e vem: a regra da passagem de volta ao mundo diz que você só pode voar em uma mesma direção, mas isso se aplica quando você está cruzando oceanos apenas e mudando de uma região pra outra. Se você quiser voar em direções opostas dentro de uma região é sim possível. A prova disso é o roteiro da nossa passagem de volta ao mundo. Veja o vai e vem que fizemos na Ásia:
Direção Oeste: Voamos dos EUA para a Indonésia
Direção Leste: de Kathamandu voamos para Tokyo
Direção Oeste: de Tokyo voamos para Hong Kong e depois África do Sul
Pensando em termos de distância e roteiro esse trajeto não faz muito sentido, mas fizemos isso para escapar do inverno brabo na China e no Japão, então decidimos visitar primeiro o Sudeste Asiático e o Sul da Ásia, o que foi perfeito. Por isso vale seguir as dicas sobre como definir um roteiro de viagem.
7- Não compre trechos extras: as alianças aéreas oferecem a opção de comprar trechos extras em cada região do mundo para complementar a sua passagem de volta ao mundo, mas esse investimento não vale. Com 16 trechos você já consegue rodar todos os continentes do mundo e uma vez chegando em determinada região sai mais barato explorar por terra ou usar os voos low cost.
8- Você pode usar a passagem de volta mundo mesmo se quiser viajar por mais de 1 ano: a passagem volta ao mundo tem validade de um ano, mas e se chegar lá no final da viagem, você estiver na África e quiser estender a sua viagem? Simplesmente não pegue o último trecho. Óóóó…Ninguém vai te forçar a entrar no avião. Você vai perder aquele voo, mas e daí! Continue a viagem e deixe o vento te levar. Quando for a hora certa você compra uma passagem pra voltar.
O ROTEIRO DA NOSSA PASSAGEM VOLTA AO MUNDO
Como a galera sempre fica curiosa, aqui vai o roteiro da nossa passagem de volta ao mundo, que na época, em 2011, custou 4.000 dólares por pessoa.
TRECHO | DE | PARA | OBS |
---|---|---|---|
1 | Rio de Janeiro | São Francisco | direto |
2 | São Francisco | Jakarta | escala |
3 | Jakarta | Kathmandu | surface sector |
4 | Kathmandu | Tóquio | escala |
5 | Tóquio | Hong Kong | direto |
6 | Hong Kong | Johannesburgo | direto |
7 | Johannesburgo | Dar Es Salaam | surface sector |
8 | Dar Es Salaam | Londres | direto |
9 | Londres | Moscou | direto |
10 | Moscou | Amman | direto |
11 | Amman | Istambul | direto |
12 | Istambul | Madrid | direto |
13 | Madrid | Rio de janeiro | direto |
Quando fizemos o nosso roteiro nós quebramos a cabeça muitas vezes até descobrir essas dicas aí, pois não tinha ninguém pra contar pra gente. Espero que essa ajudinha facilite a sua vida na hora de você construir o roteiro. Senta essa bunda e vai viajar na maionese no simulador. Vai que dá.
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Carol Fernandes
IDEALIZADORA