Viagem de moto pela primeira vez

QUANDO FOI A ÚLTIMA VEZ QUE VOCÊ FEZ ALGO NOVO? ALGO QUE TE DESAFIASSE. QUE DESSE FRIO NA BARRIGA. Eu sou a maior incentivadora de tentar algo novo. Pois eu acredito que a cada novo aprendizado evoluímos, adquirimos novas sensações e que tudo que nos desafia nos transforma. Viagens são o cenário perfeito para viver novas experiências e quanto mais você se abrir em uma viagem mais você vai se transformar.

Você já pilotou uma moto? E quem sabe ainda pilotar uma moto por áreas remotas e com cenários deslumbrantes? Eu nunca pilotei uma, mas confesso que depois de ler esse post me deu uma vontade incrível.

E pra compartilhar essa experiência de moto eu convidei a viajante Claudia Brodsky, de 25 anos. Que aliás, nunca tinha pilotado uma moto antes dessa experiência. Ela fez a experiência em Ha Giang Loop, no Vietnã, durante seu segundo mochilão, que durou 15 meses e o gasto dela durante a viagem foi de 30 dólares por dia em média.

Texto por Claudia Brodsky

 

Um sonho, quando real, vira a vida de cabeça pra baixo. O meu sempre foi sentir a tal da liberdade.

Liberdade tem um conceito tão amplo, que o seu significado muda de acordo com quem a define e mesmo assim todos nós a buscamos. Meu sonho sempre foi conhecer o mundo. Desde pequena admirava mapas e me perguntava como seriam tais lugares. A vontade de explorar está diretamente ligada com a coragem, o que eu não sabia, era que nos basta coragem para encontrar a liberdade.

Era junho de 2018, eu completava 11 meses de mochilão e já havia passado pelo Oriente Médio, Europa, África e boa parte do Sudeste Asiático à esta altura, as minhas definições de ser livre ganhavam um novo formato à cada experiência, mas foi na Ásia, mais especificamente no extremo norte do Vietnã que a estrada (literalmente) me deu sua melhor definição.

Não entendo nada de motos e minha habilidade na direção era praticamente inexistente, mas a curiosidade de experimentar algo novo e me desafiar, fizeram com que a ideia de me aventurar por 4 dias sobre duas rodas em estradas desconhecidas parecesse muito tentadora, então aceitei me juntar à um amigo que recém chegara ao país. O plano era simples: ir até a fronteira com a China de moto.

Nos encontramos em SaPa, região que abriga os mais lindos terraços de arroz em formato de cascata e de lá era preciso pegar uma van que nos levaria até a província de Ha Giang. Chegando lá, foi preciso resolver os últimos detalhes para dar início a esta aventura. A recomendação era de sempre pegar a estrada de manhã cedo. Com o passar das horas, o frio na barriga aumentava, mas era exatamente isso que me encorajava a acreditar que seria incrível.

Amanheceu. O clima estava favorável, as motos alugadas e o mapa com as devidas marcações. Era hora de partir! Não demorou muito e a paisagem começou a impressionar, era um mix das duas regiões. De um lado terraços de arroz com trabalhadores rurais e seus tradicionais chapéus de formato cônico. De outro, montanhas pontudas cobertas pela vegetação. E as vezes, harmonizando o contraste, era possível avistar pequenas cachoeiras onde crianças brincavam entre as pedras.

As estradas por entre os vilarejos foram construídas no contorno das montanhas, e o prazer por dirigir ia aumentando a cada curva feita. Meus olhos brilhavam com aquela imensidão verde que nos cercava. O Sol iluminava as montanhas e refletia nas plantações de uma forma tão poderosa que o sentimento de gratidão, liberdade e felicidade era imensurável; tão real e sincero que ao dirigir gritávamos de felicidade pois toda aquela beleza não cabia no peito.

A parada nos vilarejos era sempre muito prazerosa, as homestays sempre muito amigáveis e não era raro rever viajantes que havia conhecido na estrada ou nas cidades anteriores e que depois se tornavam companheiros de viagem.

Chegar na fronteira com a China foi só um detalhe, a jornada em si que foi especial e cheia de conquistas. A sensação foi de ganhar o mundo inteiro, mas perceber que não é dono de nada e nada é dono da gente. Foi entender que somos todos diferentes, com um universo inteiro dentro de si, mas ao mesmo tempo, tão parecidos, com medos e anseios que independem de cultura, religião ou localização e que devemos ser livres para sermos quem somos, sem máscaras ou amarras. E essa foi a maior lição que a estrada pôde me dar.

Dicas para evitar qualquer perrengue na estrada:

 
  • Evitar períodos de chuva; A estrada, a paisagem e os riscos alteram completamente se o clima não colaborar. O ideal é ir em períodos mais secos e pegar a estrada de manhã para não sofrer muito com o calor.
  • Alugar a moto em um lugar que dê garantias. Apesar de não ser difícil encontrar mecânicos, é sempre bom assegurar que se qualquer coisa der errado, você terá certas garantias.
  • Não esquecer de levar um documento e dinheiro vivo, em alguns vilarejos não é possível contar com ATM.
  • Antes de sair, é sempre bom ter um mapa e recomendação de acomodações.
  • Levar uma mochila com algumas trocas de roupas. É recomendável uma camisa ou blusa de manga comprida de tecido leve para proteger do sol.
  • Não esquecer do filtro solar, repelente, óculos de sol e câmera fotográfica ou celular, pois te garanto que as paradas para admirar a paisagem serão muitas.

Divirta-se! A estrada vai te encantar!

CLAUDIA BRODSKY

Sagitariana e publicitaria, já não aguentava mais ver a vida passando pela janela do escritório e resolveu viver uma aventura. Sozinha, pegou a mochila e comprou apenas passagem de ida para realizar um sonho. Conheça mais: Facebook e Instagram.

Como eu sempre falo… Vai que dá! Viva uma experiência nova. Faça algo que te excite! Deixe a sua vida mais interessante.

Créditos fotos: Claudia Brodsky 

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Carol Fernandes

IDEALIZADORA

Uma virginiana certinha da pá virada, que virou de vez depois de viajar o mundo e decidiu que só ia fazer o bem. Criou a ViraVolta porque acredita que viajar o mundo transforma as pessoas e as pessoas transformam o mundo. Não escreve rebuscado, poético ou certinho, mas fala com a alma e o coração.​

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