“aquele que não sabe; AQUELE QUE DESCONHECE; aquele que não tem conhecimento de determinada coisa.”
Fato. Todos nós somos ignorantes. Eu, você, seus pais, seu professor, o presidente, seu chefe, seu ídolo. Não precisa ter vergonha em admitir isso. Faz parte da natureza humana. Afinal, não temos um chip de computador que “tudo sabe” instalado no nosso cérebro. Nosso conhecimento vai sendo armazenado no cérebro a cada informação que cruza o nosso caminho.
Mas porque eu escrevi esse post? Porque eu estou sempre ouvindo afirmações de pessoas que querem viajar o mundo mas dizem que é muito inseguro, que para uma mulher viajando sozinha seria muito inseguro, que aquele país X ou Y é muito inseguro, que viajar de ônibus pelo mundo é muito inseguro, etc.
Pensamos assim porque SOMOS TODOS IGNORANTES. Os outros lugares do mundo que ainda não visitamos é algo desconhecido pra gente. Não temos fatos. Quando afirmamos esse tipo de coisa nos baseamos apenas em um notícia que vimos na TV, um filme sensacionalista ou a história do amigo de um amigo. Porém esses fatos isolados podem não ser representativos da realidade ou estatisticamente relevantes. Eu já tinha falado sobre isso antes. Não deixe de ler também.
Vamos fazer um teste então. Você deixaria de visitar a África agora por causa do Ebola? Se você pensou SIM, então: somos todos ignorantes. O site The Economist lançou uma matéria semana passada chamada “A Epidemia da Ignorância” (texto em inglês). Aliás, título sensacional.
Resumindo a matéria:
- Primeiro ponto – a África não é um país, é um continente gigantesco. A região de infecção do Ebola está somente em uma pequena área da África Ocidental, mais precisamente nos países Guinea, Libéria e Sierra Leone.
- Segundo ponto – Você tem idéia da distância entre esses países e outros populares como Quênia, Tanzânia e África do Sul? Cerca de 5.400 km. Pensando assim, você teria mais chance de contrair o Ebola na Espanha, que está a 3.600 km da região de epidemia. Além disso, existem mais voos da África Ocidental para a Europa do que para os demais países do continente.
- Terceiro ponto – a AIDS e a malária matam mais que o Ebola na África, e nem por isso deixamos de visitar o continente, apenas tomamos cuidados.
Medo da violência? Para e reflete um pouco. Nós já vivemos em um dos países mais inseguros do mundo. Das 50 cidades mais inseguras do mundo, 16 são Brasileiras (veja a pesquisa). O risco pode sempre existir, como é o caso do Brasil. Mas não quer dizer que o pior vai acontecer com você e não impede você de visitar o país. O que vale é o bom senso, respeitar a cultura local (principalmente no caso de mulheres, na forma de se vestir e se comportar) e ter atenção para não se expor a maiores riscos. Veja algumas dicas importantes.. Cuidado sim, neurose não.
Ao nos depararmos com um momento de ignorância o melhor é parar, refletir e buscar mais informações. Pois seria uma pena deixarmos de viver experiências incríveis na vida por uma falta de percepção da nossa ignorância.
“Termos consciência de sermos ignorantes é um grande passo para o conhecimento.” Benjamin Disraeli
Eu já contei como tive a consciência da minha ignorância no post Qual foi o começo da reviravolta da sua vida. Esse foi um grande aprendizado da minha aventura. Mas confesso, é quase impossível deixar de ser ignorante 100% do tempo, pois a natureza humana sempre fala mais forte. O que vale é ter consciência, que já ajuda muito para criar uma atitude diferente.
PS: Eu também um dia achei que viajar o mundo era inseguro. A diferença é que eu não deixei a minha ignorância me impedir de viver a aventura.
LEIA TAMBÉM
Mais um paradigma de SOMOS TODOS IGNORANTES: Você acha que precisa ser milionário ou muito rico para viajar o mundo por 1 ano? Tem certeza? Então olha aqui pra saber mais.
Crédito mapa: matéria The Economist – “A Epidemia da Ignorância”
curtiu? então compartilhe!

Carol Fernandes
IDEALIZADORA
Uma virginiana certinha da pá virada, que virou de vez depois de viajar o mundo e decidiu que só ia fazer o bem. Criou a ViraVolta porque acredita que viajar o mundo transforma as pessoas e as pessoas transformam o mundo. Não escreve rebuscado, poético ou certinho, mas fala com a alma e o coração.