Primeira viagem sem falar inglês

VOCÊ TAMBÉM É DAQUELAS PESSOAS QUE ACREDITA QUE NÃO É POSSÍVEL REALIZAR UMA VIAGEM SEM FALAR INGLÊS? Então você precisa conhecer essa história. Eu sou defensora de que a melhor forma de aprender é com a vida. E pra aprender uma língua não seria diferente. O que você precisa não é ficar horas estudando e sim ter a necessidade de falar pra aprender com as suas próprias experiências. E nada melhor do que viajar para fazer isso acontecer.

E foi exatamente o que aconteceu com o Esdras Nunes. Aos 26 anos ele se jogou em uma aventura pela Europa de 8 meses. Visitando 14 países, viajando super barato, sem nunca ter viajado pra fora do país e sem falar nenhuma palavra de inglês. Ops, na verdade ele sabia contar de 1 até 9 em inglês.

Eu sempre falo… Se você fala “the book is on the table” já é suficiente pra viajar. Não deixe de ver essa história, que é prova de que não é o inglês que vai impedir ninguém de desbravar o mundo.

Texto por Esdras França

 

Você que está lendo, talvez tenha um perfil parecido com o meu. Eu comecei a trabalhar bem cedo e me formei na faculdade. Estava levando uma vida normal, tirava férias uma vez ao ano e aproveitava para viajar. Mas só conseguia viajar dentro do Brasil porque o dinheiro não era suficiente para ir à Europa. Conforme foi passando o tempo eu senti a necessidade de fazer o que eu realmente tinha vontade… Me jogar nesse mundo para conhecer lugares incríveis e adquirir novas experiências. Eu sempre via em grupos de facebook lugares incríveis e eu ficava desesperado! “Eu preciso ir nesse lugar, quero viver o NOVO!”

Até que um dia eu tomei uma decisão de me demitir do trabalho e ir em busca dessa nova aventura. Conversei com minha família e disse que não teria como dar errado, sempre confiante.

Também comentei com alguns amigos sobre essa decisão. Todos riam e achavam a decisão muito radical. Pois na visão deles estava muito distante de se tornar possível. Frequentemente ouvia os mesmos comentários: você não tem dinheiro, não sabe inglês, não tem amigos lá fora, é perigoso… Mas alguns poucos me estimulavam: vai e vai.

A partir daí eu só pensava na minha chegada na Europa. Minha irmã foi a porta de entrada pra mim na Europa porque ela vive em Portugal. Comprei minha passagem aérea, coloquei algumas roupas na mochila, meu chapéu de Indiana Jones e fui.

Minha chegada na Europa foi triunfante. Uma alegria imensa. Eu parava para observar em volta cada momento, arquitetura, clima, cultura e um português com sotaque diferente. Achei incrível! Com o passar dos dias fui me acostumando ao local. Eu já tinha passado 40 dias em Portugal, visitei algumas cidades lindas… Porém eu queria mais, muito mais.

E foi naquele momento que eu parei para tomar uma decisão muito importante, conhecer outros países mesmo sem saber me comunicar em inglês. Segundo a estatística dá tudo errado, mas na prática acaba dando tudo certo. Passados 2 dias pensando, eu fui a uma praia em Cascais, tomei uma dose muito forte de “coragem”, abri meus braços, olhei pra cima e disse pra mim mesmo: Eu vou, sou livre. E se der medo, vou com medo mesmo.

Minha escolha foi ir pra Amsterdã na Holanda, peguei um voo e fui. Quando eu cheguei no aeroporto e só ouvia comunicação em inglês, deu um frio na barriga. Engoli seco e pensei: tenho o google tradutor como meu amigão e ele vai me ajudar a chegar no hostel.

Enquanto eu procurava a saída do aeroporto eu ensaiava perguntas em inglês, por exemplo: Como eu faço para chegar no endereço X de ônibus ou trem? Foi divertido essa parte… Eu consegui fazer a pergunta, mas eu não entendi a resposta em inglês. Agradeci a pessoa: ok ok ok, thank you… Então perguntei a outra pessoa que me disse o número do ônibus – Bus 767. Nesse momento entendi e já sai comemorando. Lembro que aprendi números de 1 à 9 na escola, foi essencial nesse dia.

Até esse momento estava tudo perfeito. O segredo é sempre manter a calma e controlar a ansiedade. Percebi que quando viajamos sozinhos conseguimos reparar muito mais nos detalhes do que acontecem ao nosso redor e nem percebemos o grande potencial que temos para tomar certas decisões. O importante é acreditar em nós mesmo, e também acreditar que existem sempre mais pessoas dispostas a ajudar, do que te prejudicar.

Cheguei ao hostel em Amsterdã, na qual eu passaria 30 dias como voluntário. A equipe era grande e tinha 3 brasileiros que trabalhavam comigo e os outros voluntários que só falavam inglês. Esse período foi muito importante porque eu fiquei 30 dias somente ouvindo as pessoas conversarem e também comecei a usar o aplicativo Duolingo para aprender algumas palavras. No entanto, minha cabeça ficava confusa pelo excesso de informações. Mas valeu muito a pena a experiência e conheci pessoas excelentes que me ajudaram muito também. E isso prova que mesmo para realizar trabalho em troca de hospedagem não é necessário saber tanto inglês assim.

Neste período eu aproveitei para conhecer Amsterdã e fiz muitas amizades, mesmo não sabendo inglês. Fazia mímicas e a comunicação funcionava. E no final era só risadas.

Depois que eu venci esse paradigma, de que é possível viajar e desfrutar de tudo, mesmo sem falar perfeitamente em inglês, eu decidi: agora nada mais me prende. Vou seguir viagem. Foi o momento que eu chamo de LIBERDADE. Livre para tomar minhas decisões, conhecer lugares que gostaria de conhecer, e fazer do meu dia, o melhor dia. Percebi que gosto muito da minha própria companhia. Em nenhum momento me sentia pra baixo. Sempre estava feliz, por que estava fazendo o que de fato queria. Então fui em busca de novas aventuras.

Um amigo havia me falado sobre a Croácia. Tomei um ônibus e fui conferir. Cheguei na ilha de Korcula, mas eu não imaginava que era tão lindo, fiquei de queixo caído nesses durante os 40 dias que estive lá. Trabalhei em um hostel como voluntário e para minha sorte também havia 2 brasileiros e 2 colombianos, então eu praticava todos os dias, o espanhol com os colegas e o inglês com os hóspedes. Os brasileiros me ajudavam com o aprendizado em inglês me corrigindo a todo momento.

A partir daí eu já não tinha mais ideia de quando iria voltar ao Brasil, somente queria seguir nessa aventura. Eu não tinha roteiro e nem muito dinheiro, mas tinha muita vontade. Com bastante economia eu consegui visitar 13 países em 8 meses, acumulei um caminhão de experiência, muitos amigos e um aprendizado para vida.

Tudo só foi possível porque eu dominei minha mente e não deixei ela me dominar. Venci o medo, preconceitos e passava por cima das dificuldades dando risada.

DICAS PARA VIAJAR SEM FALAR INGLÊS

 
  • Não se sinta inseguro por não falar inglês, você aprende durante a viagem e o espanhol ainda vem de brinde.
  • Troque um momento de nervosismo por risos. Sempre funciona. Eu tive muitos momentos engraçados enquanto estava aprendendo inglês na viagem, e claro, continuo aprendendo na escola da vida.
  • Viajar dar além do aprendizado de uma língua. A viagem expandiu minha visão, me permitiu conhecer lugares que eu nunca imaginaria conhecer, me ensinou que dá para viver com pouco dinheiro, fazer amizades incríveis, compartilhar sentimentos, ouvir mais as pessoas, saber o tempo certo de tomar qualquer decisão. E que somos acima de tudo LIVRES.
  • Coloque Deus no controle, acredite em você e siga seu sonho, por que a vida é uma só.

ESDRAS FRANÇA

Um sonhador com desejo de conhecer esse mundo e compartilhar alegria com as pessoas. Conheça mais: Instagram.

Eu sempre falo que o aluno faz 80% do trabalho pra aprender uma língua e o professor faz só 20%. O interesse é de quem quer aprender. É a sua força de vontade que vai fazer a sua fluência e compreensão de forma absurda. E uma viagem é sempre um cenário perfeito pra isso acontecer.

Créditos fotos: Esdras França 

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Carol Fernandes

IDEALIZADORA

Uma virginiana certinha da pá virada, que virou de vez depois de viajar o mundo e decidiu que só ia fazer o bem. Criou a ViraVolta porque acredita que viajar o mundo transforma as pessoas e as pessoas transformam o mundo. Não escreve rebuscado, poético ou certinho, mas fala com a alma e o coração.​

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