Danielle e Caio, uma volta ao mundo com 20 dólares por dia

A MAIORIA DAS PESSOAS QUE SONHAM EM FAZER UMA VOLTA AO MUNDO VÃO DEIXAR DE VIVER ESSA EXPERIÊNCIA POR ACHAR QUE NÃO TÊM DINHEIRO PARA ISSO. Um dos maiores paradigmas quando se fala de longas viagens. Aqui na ViraVolta eu já mostrei que é possível viajar até mesmo com orçamentos mais baixos do que a história desse casal, tudo depende do seu estilo de viajante, das suas escolhas, da sua disposição e de abrir sua mente.

O que eu adoro nessa história do Caio e da Danielle é que eles são prova de que fazer uma volta ao mundo não é pra quem tem a vida fácil e dinheiro sobrando, como a maioria das pessoas pensam. Na verdade, a maioria dos viajantes que encontramos nos nossos dois anos de viagem não eram pessoas com muito dinheiro. Eram pessoas simples, que se esforçaram para realizar seu sonho e que estavam contando cada centavo e fazendo escolhas eficientes durante a viagem para fazer o dinheiro render.

O mais irônico, é que assim como a maioria, eles, que vieram de famílias muito simples, também pensavam que esse era um sonho impossível e que somente pessoas com muito dinheiro e que não tinham obrigações diárias, como um trabalho, poderiam viver essa experiência.

A HISTÓRIA

 

Tudo mudou na vida do Caio e da Danielle o dia que eles receberam um casal de poloneses couchsurfers na casa deles em Curitiba e descobriram que eles estavam dando a volta ao mundo. De primeira pensaram que eles eram ricos, claro, como todos pensam… Mas em algumas conversas descobriram que o casal estava gastando muito menos do que eles imaginavam e ficaram chocados com a informação, que colocava por terra a idéia de que só ricos podiam viver essa experiência. A partir daí, bastou apenas algumas pesquisas no google pra provar a teoria: viajar o mundo é mais barato e mais fácil do que a maioria pensa.

E foi a partir desse momento que um novo mundo de possibilidades se abriu na frente deles e a sementinha foi plantada. A viagem ia acontecer, eles só precisavam se planejar pra isso.

A aventura deles começou no dia 1º de abril de 2013. Eles iniciaram pela África do Sul, seguindo até o Egito e depois cruzando para a Europa, onde seguiram todo o mediterrâneo. Então voaram para o Nepal e seguiram para o Sudeste Asiático. De lá voaram para a Nova Zelândia e depois para os Estados Unidos. 10 meses depois eles retornaram para o Brasil.

OS MEDOS

 

Para Danielle o mais difícil eram os medos que ela sentia antes da viagem. Toda decisão de grande impacto na nossa vida vem rodeada de sensações negativas e receios. O que é completamente normal. Afinal, estamos deixando um território conhecido e confortável para uma realidade totalmente desconhecida. E nós, seres humanos, gostamos de ter certeza de tudo, pois com isso temos uma ilusão de maior segurança.

A Danielle tinha todos os medos possíveis e imagináveis com relação a essa idéia. Ela tinha medo do planejamento dar errado, medo da viajem não dar certo, medo de se arrepender e descobrir que esse tipo de experiência não era pra ela, medo de voltar e ficar desempregada, medo do dinheiro não ser suficiente, medo do que as pessoas iam pensar, medo de ser assaltada pelo caminho. Medo de tudo!

Já o Caio, era exatamente o oposto, não tinha medo de nada. E essa combinação foi perfeita para dar forças pra Danielle encarar a jornada mesmo com seus medos. Afinal, para uma pessoa que sente medos, é impossível eliminá-los antes da aventura. Os medos só vão reduzindo uma vez que estamos vivendo a experiência e quanto mais tempo de experiência mais auto-confiantes ficamos. Na verdade, a Danielle foi é muito corajosa. Pois a coragem não é a ausência de medos, mas sim a habilidade que temos em realizar uma determinada coisa mesmo com medo.

E pra quem tem medo de visitar vários países por conta da segurança ela fez um comentário muito sábio que eu concordo 100%. A gente tende a pegar uma experiência negativa que o amigo de um amigo teve em algum país e extrapola aquela informação como uma representação absoluta da insegurança de um lugar. E esse é o maior erro que podemos cometer. No final, quase todos os países nos surpreendem e nos sentimos bem mais seguros do que imaginávamos na nossa cabeça. E lembre-se, o Brasil já é mais inseguro do que 80% dos outros países do mundo.

A GRANA PRA VIAJAR

 

Na visão deles a maioria das pessoas usam a desculpa da falta de dinheiro para mascarar os medos de realizar a aventura. Eles não são os primeiros viajantes que eu entrevisto que dizem a mesma coisa: O que impede não é o dinheiro, são seus medos!

As pessoas esquecem o alto gasto que elas têm com a vida normal aqui no Brasil, com aluguel, carro, seguros, taxas, entretenimento… E no final, viajar o mundo sai mais barato do que pagar as contas aqui. E eu já até mostrei essa continha aqui na ViraVolta.

Quando eles decidiram viajar o mundo eles não tinham nenhum dinheiro guardado, não tinham uma poupança e não ganhavam muito bem. Mas em compensação eles sempre tiveram suas vidas financeiras bem organizadas, sem dívidas e nunca foram de gastar muito. Então eles só pecavam encontrar uma forma de economizar a grana.

Para se preparar para a viagem, eles definiram um roteiro e fizeram uma estimativa de gastos, e baseado nisso reorganizaram todas as contas, definindo onde eles poderiam reduzir custos fixos, e cortar gastos supérfluos, como cinema, saídas noturnas, restaurantes. O sonho de comprar um carro, virou o sonho de viajar o mundo. Eles falam que foi um momento sofrido, mas que fazia sentido por um objetivo maior. E que nesse esforço eles aprenderam a se divertir de outras formas, gastando muito menos. Como trocar uma saída no restaurante com amigos por um picnic no parque. E a vida não deixou de ficar interessante por isso.

VOLTA AO MUNDO GASTANDO POUCO

 

Durante os 10 meses de viagem eles gastavam cerca de 20 dólares por pessoa por dia. Para isso, eles pegavam carona, comiam nos lugares mais baratos ao invés de restaurantes, dormiam em hostel (obs: a Danielle nunca tinha dormindo em um hostel antes), compravam comida em supermercado para cozinhar, comiam uma cenoura no almoço se precisasse, evitavam gastos nas áreas turísticas, dormiam no trem, ônibus, aeroporto, rodoviária (e até mesmo em MC Donalds… kkk) e faziam muito couchsurfing.

Mas viajar barato não é fácil. Isso eu sempre prego aqui na ViraVolta. Eles tiveram que fazer muito esforço durante a viagem, pois o dinheiro estava contado. E foi um aprendizado adquirido ao longo da aventura, pois no início a média-dia de gastos era maior e com o tempo as exigências superficiais foram diminuindo. Pra eles, a principal diferença para gastar tão pouco é que em uma longa viagem a preocupação não é o conforto e sim a experiência, o que geralmente difere do comportamento das férias da maioria das pessoas. Eles preferiam economizar no que não era relevante para viver experiências como mergulhar na Tailândia, salto de paraquedas na África do Sul… Mas eles garantem, as melhores experiências vêm da interação com pessoas, e pra isso, viajar barato é a fórmula perfeita para viver experiências incríveis que o dinheiro não te leva, somente as pessoas que cruzam o seu caminho te levam. Por isso, mesmo com todos os perrengues, eles não se arrependem de nada e fariam tudo outra vez.

E a Danielle comenta que o mais interessante foi ter conhecido viajantes que viajavam bem mais baratos do que eles. Eles achavam que viajavam super barato e depois de conhecer esses viajantes começaram até a se achar luxuosos. Conheço bem essa sensação. A questão é que o viajar barato é diferente para cada pessoa, pois cada um tem uma referência diferente. Muitas pessoas são capazes de viajar com 10 dólares por dia, mas a maioria nem consegue se ver viajando como a Danielle e o Caio.

OS MAIORES APRENDIZADOS DA VIAGEM

 

Pra eles, viajar o mundo é de fato uma experiência muito transformadora. E como eu pude sentir isso tão forte enquanto entrevistava a Danielle. Eu podia sentir essa transformação transbordando por todas as veias dela e nem parecia aquela menina tão medrosa que ela comentou no início da entrevista. Pra mim, ela parecia uma mulher auto-confiante, positiva, aventureira, de mente aberta e pronta pra tudo.

Os principais aprendizados mencionados por eles:

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  • Redução de medos.
  • Sensação de coragem para fazer qualquer coisa na vida.
  • Acreditar nas pessoas, pois existem mais pessoas boas do que pessoas ruins.
  • Aprender a apreciar a beleza na simplicidade.
  • A vida pode ser mais leve e mais simples.
  • Se sentir mais humano.
  • Vontade de ter filhos para mostrar o mundo pra eles.

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A vida deles mudou completamente depois dessa experiência. Agora ela é mais minimalista, muito mais leve. Mudou o jeito de pensar, de agir, de lidar com as dificuldades, de lidar com a rotina. Pra eles, eles voltaram mais completos. E eles nem conseguem imaginar como estaria a vida hoje sem essa experiência.

A Danielle voltou a fazer a mesma coisa que fazia antes, mas ela diz que é bem mais feliz do que antes, pois o importante é que ela se sente diferente com ela mesma e a forma de lidar com a vida mudou. Isso é o que faz toda a diferença, pois a felicidade não está em um destino, está dentro da gente.

A dica deles se você deseja viver essa aventura… Vai! O importante é dar o primeiro passo e o medo não vai te levar a lugar algum. Só você pode realizar seu sonho.

Não deixe de ver o vídeo com o 1 segundo por dia da experiência deles:

One Second Everyday Around The World — Volta Ao Mundo Um Segundo Por Dia

DADOS DA VIAGEM

10 MESES
16 PAÍSES VISITADOS
20 US$ POR DIA POR PESSOA

QUER SABER MAIS SOBRE ELES E SUAS HISTÓRIAS?

Se você é daqueles que sonha em viver uma grande aventura pelo mundo mas está cheio de medos, lembre-se que você não é o único e que você só vai conseguir superar todos os seus medos quando viver a experiência. E se o que te impede é a grana, aqui está uma prova de que não é tão caro assim. E de qualquer forma, pare e pense, será que o dinheiro mesmo que te impede ou a grana?

Vai que dá!

Créditos das fotos: Casal Alfanumérico

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Carol Fernandes

IDEALIZADORA

Uma virginiana certinha da pá virada, que virou de vez depois de viajar o mundo e decidiu que só ia fazer o bem. Criou a ViraVolta porque acredita que viajar o mundo transforma as pessoas e as pessoas transformam o mundo. Não escreve rebuscado, poético ou certinho, mas fala com a alma e o coração.​

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